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Marcenaria digital: a tecnologia traz modernização para a Marcenaria

Além de desmistificar o tema, que ainda é desconhecido por muitos, Hugo traz diversos pontos positivos da marcenaria digital.

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Marcenaria Digital | Podcast Guararapes | Episódio 23 com Hugo Nunes

A fabricação digital ao longo dos últimos 10 anos tem se tornado fundamental para a indústria de móveis planejados. Essa modernização da marcenaria através das inovações digitais não vai substituir o fator humano, mas os marceneiros que se aliarem a ela, terão grandes chances de sucesso e, também, de trazer mais segurança durante a fabricação dos seus produtos.

No episódio 22 do Podcast Guararapes, as Lumberjills entrevistaram Hugo Nunes, que trouxe insights muito relevantes em relação à arte, à exclusividade e a como modernização na marcenaria pode tornar o trabalho artístico do marceneiro muito mais inclusivo. Continue lendo!

Entenda a Marcenaria Digital

Com o crescimento da demanda que temos nos dias atuais, se tornou necessário produzir móveis com muito mais rapidez e agilidade, com processos assertivos e com a menor presença de falhas durante a execução. Com base nisso, não temos mais como ficar refazendo o material duas, ou três vezes, até acertarmos. 

É aí que entram as inovações digitais para melhorar esse processo, trazer mais rapidez e, também, segurança para o marceneiro. Todo o planejamento é feito dentro de um computador porque ali nós temos a certeza e a garantia de que todas as medidas estão corretas. Depois, ao invés de pegar aquilo com as mãos para executar, nós colocamos em uma máquina e, basicamente, o que  ela faz é: interpretar aquele projeto e ler os erros que  comete. Normalmente são erros humanos. Então, falhas nossas de operação atrás do computador.

A máquina é incrível para evitar machucar as mãos e ainda promove uma alta produtividade. Para aquele marceneiro criativo, mas sem muita habilidade com as mãos, a fabricação digital é sua melhor amiga no processo.

O valor humano não será perdido com a fabricação digital

Quando se visitam feiras no exterior, é perceptível como essa evolução da marcenaria está tomando o mercado. Robôs e máquinas provando que a automatização ganha força. De certa forma essa evolução é incrível, mas ainda há espaço para as pessoas que fazem um trabalho mais artesanal.

Para Hugo Nunes, não tem como perder essa parte artesanal, esse toque humano. A máquina ajuda você no trabalho, mas ela não é a principal ferramenta. É o marceneiro. Inclusive no processo criativo e na parte de mão de obra. Serviço é a coisa mais cara do mundo! Ele até cita um exemplo de que na Europa, você pode gastar em torno de 100 dólares em um móvel, mas para realizar a montagem, é algo em torno de 300 dólares. Por conta disso, o capital humano se torna de certa forma insuperável! 

Utilizar a fabricação digital é uma maneira de se conseguir produzir com melhor qualidade, com mais rapidez e facilidade. Mas, não tem nada como a beleza do manual. O criativo, o artístico precisa ser manual. Algumas outras coisas podem ser substituídas e otimizadas, como, por exemplo, um artesão ou um marceneiro podem fazer toda a produção através de uma máquina e podem reservar um tempo para fazer aquelas belas peças nas quais ele vai demorar duas ou três semanas para finalizá-las. Imagine que se eles dependem só daquela peça, eles não vão ter renda. No entanto, se a máquina fizer toda a parte grossa do trabalho para aí ele chegar com o toque humano, é fantástico! Quando você passa a mão em uma superfície, ela tem que ter um toque humano! A máquina não proporciona isso.

A fabricação digital torna o trabalho do marceneiro mais seguro

Já sabemos que devemos valorizar o toque humano porque ele faz toda a diferença. Não podemos cair naquele medo arcaico de que a máquina vai substituir o homem. Esse não é o caminho. Ela é uma aliada.

Há um tempo, uma das coisas mais comuns, e horríveis, era ver marceneiros com tocos de dedos, pois por mais atencioso e caprichoso que você possa ser, acidentes acontecem. Mas por que uma pessoa precisa se expor a esse risco? Ela vai ter o dano para o resto da vida dela! Então, imagina que eu consigo substituir uma esquadrejadeira, que antes era totalmente manual e o marceneiro passava a mão ali, por algo totalmente automático. é muito mais seguro. Se quebrar alguma coisa, se dá pause na máquina, levanta aquilo, tira, joga fora e a segurança do marceneiro está garantida. 

Ao usar a inovação digital no processo de fabricação na marcenaria, é pensar na segurança do marceneiro, é evitar uma mutilação, é cuidar do ser humano. Criar formas de se trabalhar com a saúde das pessoas é algo que vem para somar muito. Tudo bem, nós temos essa vertente que: olha, o artesanal é muito mais rico… Sim, ele é, porém o risco que isso traz, é muito grande. Então, vamos usar o lado bom das coisas! Não ficarmos presos a valores que no fundo acreditamos ser muito grande, mas que entram em conflito justamente com a saúde e a segurança. É muito mais saudável trabalhar com máquinas do que cortando chapas, peça por peça. 

A Marcenaria digital como forma de inclusão

É injusto criticar um artesão por incluir máquinas no seu processo de fabricação, pois elas vão proporcionar que ele produza mais e com mais eficiência. Ao invés de produzir apenas uma única peça por vez, ele consegue produzir 10 e faz com que o custo desse produto possa ser reduzido, tornando possível chegar a mais pessoas que podem ter acesso ao seu trabalho, que antes não teriam.

Imagine ter uma peça artística que possua um valor razoavelmente alto. Algumas pessoas têm acesso a essa peça e é muito bom. No entanto, o custo é inacessível a muitas outras pessoas. Se você quer expandir e não trabalhar apenas com exclusividade, imagine ter uma CNC, e não precisar fazer essa peça, pois a máquina produzirá réplicas que também são  feitas por ele. O custo dessa peça pode ter um valor mais acessível de 100 reais e chegar a mais pessoas. É quase que uma ideia de inclusão. Democratizar a arte é importante.

Falando em arte, Hugo ficou admirado com a Casa Guararapes, em São Paulo. “É um lugar de tendência e conceito, você olha, mas sente no coração, impressionante! Essa é a diferença em ambientes como esse, é agradável aos olhos, mas tocam você dentro. Permite que você viva uma coisa que normalmente não é acessível… e, cara não tem custo, é cultura também, é a arte como nós estávamos falando e isso é a democratização da arte. (...) isso aqui é a Guararapes externalizando aquilo que eles pensam: ‘vamos falar só sobre chapas de MDF’… ah…beleza …só que isso aqui na casa é a expiração deles. Eles usam aquilo, a chapa, para fazer arte… é como um artista que se inspira na madeira”.

Se você quer saber mais detalhes de como foi essa conversa das Lumberjills com o Hugo Nunes, você pode assistir ao episódio completo do Podcast Guararapes: